21.080 | Edifício na Amora | 21atelier.arq
Situado em Área de Reabilitação Urbana (ARU), a 200 metros da Baía do Seixal, no Núcleo Urbano Antigo da zona da Amora, o edifício existente apresenta-se classificado como ruína, apresentando um estado de degradação da sua envolvente e interior. A intervenção enquadra-se numa estratégia de valorização deste núcleo urbano através da regeneração urbana deste edifício que se prevê que venha a contaminar toda a envolvente.
O critério de intervenção realizado ao longo dos anos, com construções e alterações realizadas em diferentes épocas, não apresenta uma linha histórica definida que permita identificar uma referência arquitectónica específica. A falta de manutenção e o tempo deixaram as suas marcas encontrando-se o edifício muito degradado e com diversas patologias.
O princípio da intervenção, em termos arquitectónicos e em traços gerais, consiste na reabilitação desta pré existência, dando uma imagem exterior daquilo que podia ter sido e que actualmente não é, construindo um edifício com algum carácter que contribua de uma forma equilibrada para uma agradável vivência da cidade.
Na fachada principal, frente de rua, procurou-se atribuir características e traços de uma arquitectura colonial e tradicional, à imagem dos edifícios existentes na zona histórica do Seixal, reproduzindo alguns elementos tradicionais e materiais. A tardoz, no logradouro, a linha arquitectónica apresenta-se mais simplificada e contemporânea, fazendo aqui uma dualidade entre o que é novo e o que é reabilitado.
No interior procurou-se dar resposta ao programa lançado pelo cliente, tendo cada um dos dois fogos dois pisos com interiores de características mais contemporâneas e com formas resultantes do confronto com os limites do edifício. No piso térreo desenvolve-se a zona social da habitação, sendo constituída pela zona de estar e cozinha num conceito de open space, com acesso ao logradouro. Neste piso existe ainda uma casa de banho de serviço e a zona da escada de acesso ao piso dos quartos.
No piso térreo optou-se ainda por incluir uma garagem, potencializando o estacionamento privado, libertando assim a cidade de veiculos estacionados ao longo do passeio. No piso dos quartos, organizaram-se três quartos, sendo um em suite, e uma casa de banho comum. Neste piso, a escada continua para a cobertura, onde se previu uma zona de sótão, com uma área técnica, e acesso a um terraço onde se permite ter uma vista privilegiada para a linda Baía do Seixal. Em termos construtivos, irão ser feitas as demolições parciais do existente e proceder à reconstrução estrutural. A construção actual de um piso passará a ter dois pisos com dois fogos de habitação com tipologias T3, cada um com cerca de 150m2 com acesso a um logradouro no interior do quarteirão.
A intervenção nestas zonas é particularmente prioritária no sentido de preservar o património e ao mesmo tempo criar melhores condições de habitabilidade e qualidade de vida urbana ao utilizador da cidade.